1.9.15

// ARTISTA MÊS SETEMBRO: ELLEONOR //








 Setembro é uma espécie de ano novo. Novos (re)começos, novas aventuras, novas lições para aprender.

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É verdade, não havia artista do mês desde o talentoso André, em Junho. Mas acreditem que não foi por não querer, mas foi mesmo impossível conciliar tudo e, às vezes, quando temos muito para fazer inevitavelmente os projectos que ficam um bocado em "Standby" são os do coração (deveriam? Não. Mas são). Mas o que interessa agora é que Setembro é mês de (re)começos, e por isso regressamos aos nossos queridos artistas do mês, que tanta falta faziam ao The M Pire.

Bem-vindo Setembro, e Bem-vinda    E L L E O N O R  !

A artista deste mês é a mais nova até hoje, mas isso não significa que seja a menos talentosa! Apresento-vos a  E L L E O N O R. O Porto é uma mini-aldeia, todos os que cá vivem, ou que de cá são, o sabem (e talvez seja esse um dos encantos desta nossa cidade) e por isso eu já conheço a Leonor há uns anos. As nossas irmãs são amigas de infância, andámos na mesma escola e, como vivemos nesta época onde conseguimos acompanhar a vida de toda a gente através de um click de rato, eu tenho vindo a acompanhar o trabalho e a evolução da Leonor desde que descobri as coisas awesome que ela faz. A Leonor é designer, é ilustradora, é artista gráfica, é o que lhe quiserem chamar... porque na verdade os rótulos pouco importam quando os artistas têm uma identidade e uma presença muito marcante, que permite que a sua arte fale por si só, por eles (e por todos nós), sem serem necessários rótulos ou caracterizações.

A  E L L E O N O R são cores, são texturas, são padrões e formas geométricas. Mas nada melhor que ela própria para vos contar e encantar com todo este Universo tão peculiar e divertido. Sem mais demoras, a entrevista:




Conta-nos, quem é a Leonor? Assim um pequenino resumo do teu background, como chegaste até aqui?


Bem, posso dizer que fui por dois caminhos, mas ambos bastante importantes e decisivos para mim. Eu era uma rebelde e cheguei aquela fase crítica, final do 9 ano, de escolher a "área" e não ter a mínima ideia do que queria a não ser facilidade, estudar o mínimo mas ao menos tinha a certeza que a área artística era a minha. 
Então, decidi fazer um curso na escola artística e profissional Árvore onde frequentei o curso de desenho digital 3D/desenhador/a projectista onde muito resumidamente aprendi arquitectura.
Adorei mesmo, e o melhor é que foi tudo menos o facilitismo que estava à espera. Nunca fiz tantas noitadas na vida como nesses tempos, e dou por mim no último ano uma nerd e obcecada pelo trabalho é muito mais interessada em tudo. O mais engraçado era que, o que eu mais gostava de fazer era a apresentação dos trabalhos... Preparar os layouts e paginações. Na altura, nem me apercebia muito mas, mais tarde, surgiu em conversa com alguns dos meus professores quanto não sabia bem o que queria seguir para a faculdade. O que me ajudou bastante também foi namorar com um rapaz que estudava design gráfico na soares dos reis e percebi que era o que realmente gostava. 
Foi a maior sorte finalmente ter a certeza do que realmente queria daí para a frente. 
Apesar desta escolha, ainda hoje relaciono bastante estas duas áreas, muitos dos meus grafismos, tramas e padrões vêem desses tempos. Entretanto fui para a ESAD, e hoje sou licenciada em Design de Comunicação. Nesses tempos era tudo uma novidade, mas ao mesmo tempo sentia-me mesmo familiarizada, foi uma experiência incrível. Aprendi imenso, conheci pessoas muito boas e que me ajudaram imenso. 
E pronto, (TEARS), foram os melhores caminhos.





Como é que começa o teu dia? Tens alguma rotina?


Primeiro, com um big pequeno almoço.
Rotina... Neste momento estou a frequentar um curso de Design Têxtil e Estamparia na modatex no Porto, então tenho uma certa rotina sim. Vou cedo para a escola e só estou livre normalmente ao fim da tarde. Tenho que gerir muito bem o meu tempo porque é impensável deixar o meu projecto, o curso e as pessoas de quem gosto.
[ P.s.: mas muitas vezes quebro a rotina e lá recebo um relatório de faltas injustificadas. ]



O que não pode faltar no teu espaço de trabalho?

 Espaço, luz, CMYK, Movement(banda) e café.






Tens algum tipo de processo criativo? Algo que seja comum a todos os trabalhos?


Bem, a meu ver eu não tenho um processo criativo estanque. O que crio depende muito do meu estado de espírito, dos recursos que tenho, materiais, cores, ideias...
Agora quando me aparecem propostas com o briefing já mais ou menos traçado, costumo ter ideias imediatas, que depois se vão afunilando e retocando quando tiro "a pinta" a quem está do outro lado. 
Quanto ao meu trabalho pessoal como designer/ilustradora/artista gráfica, seja lá o que for, são coisas que vão surgindo, uns dias sim outros não.. Eu sou bastante ligada a fotografia, ao meu olhar, à rua, à arquitectura, sou obcecada por ângulos, formas, sombras, luzes, linhas e isso acho que se reflecte no meu trabalho. Por vezes até represento fotografias minhas, de uma forma muito abstracta. 
Experimento muito, posso dizer que isso pode ser um dos meus processos criativos, não há um dia que não desenhe, recorte, faça miscelâneas. 
Diariamente também me actualizo consultando plataformas on-line de Design, tendências de moda e galerias de arte. 
Quanto a algo em comum em todos os trabalhos, posso dizer que tenho várias, que até já falei nelas: ângulos, linhas, formas geométricas, padrões, tramas de grande e pequena escala (que já me perseguem desde os tempos da "arquitectura", a abstracção, as perspectivas e os 3D, cores fortes e brilhantes, etc. São coisas que estão sempre presentes no meu trabalho, são obsessões que vêem do Design Dráfico e se fundem em qualquer coisa que faço. Desde o editorial a uma ilustração. 





O que te inspira? De onde vêm as tuas inspirações?

Sempre adorei essa pergunta ahah...
O que mais me inspira como já referi é o mundo, a rua, as pessoas, o que se passa em meu redor. Daí interligar muito as minhas fotografias com o meu trabalho. Adoro paisagens, arquitectura, ângulos, perspectivas e texturas, ás vezes dou por mim meia cega tentar imaginar como aquela imagem seria em textura, ou padrão, ou com as cores invertidas.
Posso falar agora do meu Instagram, é o meu diário fotográfico e tudo o que me pode ajudar a inspirar, organizar quando há crises. Posto no Instagram simplesmente me organizar e criar uma coisa minha e quem quiser pode vê-lo ou não, não tenho isso como objectivo. 
Viajar, é a melhor remédio para um artista se inspirar, tanto para se manter actualizado como para gerar novas ideias.
Todos nós somos constantemente bombardeados com imagens e sons que inconscientemente absorvemos e isso por vezes ou quase sempre são inspirações indirectas.
Não me posso esquecer também de outras referências artísticas, ou não artísticas, vindas de artistas como Malevich, Matisse, Mondrian, Magritte, Ed Fella, entre outros... 
Isto é uma pergunta difícil porque às vezes nem eu sei de onde vêm as inspirações, acho que muitas das coisas são inconscientes e livres e simplesmente explodem.






"E L L E O N O R" é o teu nome artístico. Como é que surgiu este nome?


Cool shit! Não ha nenhuma origem especial. Lembro-me de me chamarem elleonora e de me sentir bem. Na altura quando decidi criar um projecto mais sério, não queria usar meu nome directamente, queria um nome que me caracteriza-se. Pensei em elleonor porque sempre achei piada ao elle como ''ela é'' onor, ELLEONOR. Agrada-me a palavra, a mancha, a repetição da letra L que é a minha, e assim ficou...







Em todos os teus trabalhos existe uma presença muito forte de formas geométricas, de traços e pontilhado, de cores marcantes... Fala-nos um bocadinho sobre este teu projecto: Como é que caracaterizas a 'tua arte'? Que mensagens pretendes passar às pessoas com as tuas criações?


Só sei que nada sei. Mas um dia ei de lá chegar. Tenho noção que os meus trabalhos têm um toque bastante próprio e diferente. Nem sempre tem que haver um nome pre-definido para a sua caracterização. Até porque um dia faço umas coisas, outro dia outras.
O meu objectivo é tentar abstrair-me de tudo o que vejo, tentar criar algo mais diferente mas que seja eu, sempre.
Mostrar que o realismo não é comigo, mostrar que através de pontos, linhas, manchas, padrões e texturas podemos criar ambientes, imagens, paisagens, objectos, perfis... Alegres, não alegres, bonitos para uns, feios para outros.
Mas tentar puxar as pessoas para olharem, se interessarem, ganharem uma leitura pessoal, uma cultura visual. <3






Este último ano tem sido cheio de colaborações e convites. Criaste a identidade da "Escola do Rock" de Paredes de Coura, foste convidada para fazer parte da equipa de ilustradores que criaram o video oficial do cartaz do NOS Primavera Sound, fizeste o ReBrending da marca inglesa MINGA e foste também uma das seleccionadas para participar no "Mural colectivo da Restauração". Como é que recebeste estas notícias? Qual foi a tua reacção? E o que é que todas estas colaborações significam para ti?

Sempre com uma grande ansiedade para variar, mas ao mesmo tempo com uma grande felicidade pois isto faz com que prove a mim própria que estou a evoluir.

Sinto-me mais confiante, que era uma coisa que faltava, e o que mais gosto de sentir é confiança, que confiem em mim. Como é obvio, todas estas colaborações fizeram com que eu crescesse em vários aspectos e fico bastante agradecida.







E o graffiti/arte urbana, como surgiu na tua vida?


Este gosto já surgiu á alguns anos com influência dos meus amigos e até família mas só decidi por mãos á obra á um ano atrás.
A oportunidade surgiu no 180 Creative Camp. Senti-me livre e podia intervir em todo o lado legalmente e decidi experimentar. Na altura também estava com pessoas conhecidas e que me podiam dar umas dicas e incentivaram-me. Apartir daí não parei. 
Para mim, é a forma ideal para espalhar a minha imagem e mostrar que é possível intervir de uma forma interessante no espaço urbano sem qualquer perturbação.








De todos os teus trabalhos, qual/quais os que te deram mais gozo fazer até hoje?


Ai! Mega difícil! Todos foram especiais para mim, desde trabalhos académicos até aos de hoje, os que gosto e os que não gosto, do desenho em papel ao desenho na parede.
Adoro responder a desafios, propostas como por exemplo as identidades gráficas da marca MINGA LONDOS, da Escola do Rock, de outros trabalhos que tenho feito para a Câmara de Paredes de Coura que ainda não estão publicados. São coisas que me dão o maior gozo fazer porque não são para me agradar só a mim, são coisas bem diferentes que tanto ligam os meus gostos pessoais com os do cliente.
O que me dá mais gozo é ganhar a confiança e ter um bom feedback do outro lado.





O que te vês a fazer no futuro? Se tivesses que dizer, neste momento, qual era a tua "grande ambição"... qual seria?


Não consigo pensar muito tempo nisso, tenho medo do futuro e tento-me centrar em cada dia que passa. Porque no fundo, eu quero fazer tudo. 
Gostava de poder colaborar como designer gráfica em mais fundações culturais, de fazer editoriais com o trabalho da minha irmã (Matilde Cunha), de dar um seguimento a ELLEONOR no sector textil, tanta coisa...
Prefiro não pensar.

[ as fotografias são todas retiradas do facebook da Leonor, sendo que não possuo qualquer crédito sobre nenhuma delas ]

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Sem mais demoras, os maravilhosos mimos da   E L L E O N O R :










#1 - "Waves" (escuro)
#2 - "Bubbles" (claro)


1 mimo do artista do mês - 6 
Pack artista do mês [conjunto dos 2 cadernos] - 10 
[ valor de portes de envio para Portugal incluído ]

Como sempre e em todos os modelos de mimos, podem personalizar a frase/texto sem qualquer custo adicional!


3, 2, 1:

Já podem começar a encomendar estes mimos tão especiais!
 Já sabem, é só enviar email para blog.thempire@gmail.com, com o mimo que querem e a frase para colocar na caixinha de texto.


Um especial obrigada à Leonor, por tão em cima da hora ter alinhado nesta ideia! É um enorme prazer ter-te por estas bandas.
Já sabem,  para conhecer todos os projectos da Leonor, basta fazerem follow aqui neste link  do Behance e não deixem de acompanhar a página de facebook da  E L L E O N O R, aqui neste link.


Setembro é mês de (re)começos. 
Sejamos ousados, comecemos novos projectos ou recomecemos projectos antigos.
O mote deste mês é olhar para o que nos rodeia de uma forma mais imaginativa, mais ousada, mais criativa e colorida, tal como a Leonor o faz, e tão bem!
Contem-nos tudo o que acharam aqui ou no facebook, eu e a Leonor queremos saber as vossas opiniões.

Um resto de semana maravilhosa,
e voltamos em Outubro!
lots of love,
The M Pire




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